“Os governos não resolvem. Nenhuma esquerda resolveu o problema do povo. O poder não corrompe, revela.”
A reforma da previdência enviada ao Congresso é uma das melhores coisas, senão a melhor, que aconteceu no Brasil nos últimos anos.
O debate é bem vindo, mas falta conhecimento quando “especialistas” citam os países escandinavos como exemplos a serem perseguidos. Dentre eles o queridinho é a Finlândia.
O problema é que estes críticos esquecem que a Finlândia, como a maioria dos países escandinavos, contrabalanceia seu estado assistencialista implantando políticas extremamente pró-mercado em outras áreas da economia.
O ambiente empreendedorial da Finlândia é extremamente desregulamentado e o país é um dos mais abertos do mundo para o livre comércio. Você demora no máximo 6 dias para abrir um negócio e as tarifas de importação estão na casa de 1,3%, na média.
A dívida pública é baixa, o que significa que o governo não estoura o orçamento.
Ela sempre está entre os 20 países mais livres do mundo e este ano é o 13 país em facilidade de fazer negócios (Doing Business).
Era só estes “especialistas” terem ouvido Elke Georgievna Grunnupp.
Sim, ela mesma, a extrovertida Elke Maravilha, autora da frase acima entre aspas e cujo pai lutou na Finlândia contra os soviéticos.
Reforçando, a Finlândia não tem vinculação orçamentária obrigatória no orçamento, como acontece no Brasil e engessa o futuro de nossos filhos. Não tem a nossa draconiana legislação trabalhista e nem mesmo tem salario mínimo.
A prática ineficaz e prejudicial de taxar os mais ricos foi abandonada pela Finlândia em 2006!
Mais do que isto, ela terminou um programa de renda básica em 2018, o tão decantado Universal Basic Income, ou como defendido aqui como programa de renda mínima.
Mas sabe o que acaba de acontecer na Finlândia?
Todo o governo renunciou depois que não conseguiu reformar o sistema de saúde do país!
Vários governos tentaram implementar reformas nos últimos 12 anos, mas a pressão do corporativismo e dos sindicatos não permitiu o avanço.
A falta de reforma no sistema nacional de saúde levou o governo a entrar em colapso em um dos governos mais estatistas, seguindo o modelo nórdico.
Como os relatórios mostram que os cidadãos na Finlândia cada vez mais se voltam para o mercado livre para atender às deficiências do sistema nacionalizado, o governo tentou implementar os vales de saúde para que o cidadão pudesse usar provedores privados.
As falhas do sistema da Finlândia muitas vezes negam aos cidadãos o acesso a cuidados que salvam vidas, deixando médicos particulares para curar os doentes. Este sistema está forçando as pessoas a se terem planos privados ou dependerem de amigos que são médicos.
A queda do governo da Finlândia relembra uma lição elementar de economia: o fornecimento de qualquer bem público altamente subsidiado aumenta a demanda.
Isto é o que devemos aprender com a Finlândia na reforma de nossa previdência.
Importar o gigantesco estado de bem estar social finlandês para o Brasil é aumentar as nossas doenças crônicas que impedem o nosso progresso.