“…Os impossíveis dos homens são possíveis para Deus.” Lc 18:27
As Forças Armadas dos EUA divulgaram ontem o novo bombardeiro estratégico Stealth de longo alcance, o B-21 Raider. É uma máquina altamente sofisticada, possuindo a tecnologia furtiva mais avançada e maiores capacidades no domínio da guerra eletrônica e cibernética. Vai se tornar a espinha dorsal da frota de bombardeiros da USAF. Mas o que me chamou a atenção foi o nome deste colosso do ar. O B-21 Raider foi nomeado em homenagem ao ataque Doolittle da Segunda Guerra Mundial. Peço a sua atenção e leia esta história abaixo.
Jacob DeShazer foi selecionado para pilotar bombardeiros modificados B-25 Mitchell lançados a partir de porta-aviões para atacar o Japão no início da II Guerra Mundial e acabou fazendo parte do “Doolittle’s Raiders”, o primeiro esquadrão americano a lançar bombas em terras japonesas. Em um desses ataques, seu avião ficou sem combustível por causa da distância extra que foi forçado a voar no início da operação, o que levou à queda e posterior captura pelos japoneses. DeShazer foi enviado a Tóquio com os sobreviventes de outra equipe do Doolittle e foi mantido em uma série de campos de prisioneiros de guerra no Japão e na China por 40 meses – 34 deles em confinamento solitário. Ele foi severamente espancado e malnutrido, enquanto três de sua equipe foram executados por um esquadrão de tiro e outro morreu de fome.
Mas durante esse tempo, ele ficou de posse de uma Bíblia entregue por um dos guardas por apenas três semanas, o que foi suficiente para ele entender que aquelas mensagens eram o motivo da sua sobrevivência. Resolveu, com o coração aquecido, se tornar um cristão devoto. Terminado o conflito, mesmo sendo um herói de guerra com várias condecorações militares e a Medalha Presidencial da Liberdade, o prêmio civil mais prestigiado dos EUA, resolveu aprender japonês, tornou-se missionário e mudou-se para Nagoya para estabelecer uma igreja cristã na cidade que antes havia bombardeado. Um verdadeiro milagre, não? Mas leia o restante da história.
Mitsuo Fuchida, um jovem e ambicioso aviador da Marinha Imperial do Japão, se especializou em bombardeios aéreos horizontais, destacando-se a ponto de se tornar instrutor da academia. Considerado um dos mais hábeis aviadores japoneses, Fuchida ganhou experiência em combates aéreos na China, na segunda metade dos anos 30, durante a Segunda Guerra Sino-Japonesa. Com essas credenciais, foi escolhido para liderar o ataque a Pearl Harbor. Na madrugada da data escolhida, Mitsuo Fuchida liderou mais de quatrocentos aviões japoneses na operação. Decolando de porta-aviões e entrando em formação no céu ainda escuro, guiados apenas pelas luzes de sinalização dos aviões-guias, às 07:53h, seu rádio-operador, a seu comando, enviou as palavras em código que assombraram o mundo: “Tora! Tora! Tora!”
Mas, posteriormente, depois de muitos combates durante a guerra, sofreu um ferimento grave e retornou ao Japão para tratamento. Em suas palavras: “Eu estava em Hiroshima no dia anterior à queda da bomba atômica… Felizmente, recebi uma chamada de longa distância da sede da Marinha, pedindo-me que voltasse para Tóquio.” Isso salvou Fuchida da hecatombe e, mais tarde, o General MacArthur, com a derrota do Japão, o convocou para testemunhar em um tribunal militar. Após o depoimento, quando saía de um trem na Estação de Shibuya, em Tóquio, ele recebeu um folheto cristão intitulado “Eu era um prisioneiro do Japão”, entregue pelas mãos de… Jacob DeShazer!
O próprio Fuchida conta que “o que eu li foi o episódio fascinante que acabou por mudar minha vida”. “Foi impactante e resolvi comprar uma Bíblia para mim. Aquilo me fez tornar um cristão, evangelista pelo resto de minha vida” e sua história foi contada nos livros “From Pearl Harbor to Calvary” e “Samurai’s God”. E mais, em 1960, tornou-se cidadão americano. Sim, cidadão do próprio país que antes havia bombardeado!
Lendo este anúncio da USAF, relembrei desta história poderosa. Qual outro livro tem o poder de transformar vidas como a destes pilotos em lados diferentes da guerra?