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Só o mercado prevê o futuro

“A conquista capitalista não consiste tipicamente em fornecer mais meias de seda para as rainhas, mas em trazê-las ao alcance das meninas de fábrica em troca de quantidades de esforço cada vez menores.”
Schumpeter

Millôr Fernandes costumava dizer, com seu habitual sarcasmo, que o cinema tupiniquim quando dá lucro é indústria, quando dá prejuízo é arte.
Nestes tempos de pandemia, quando surgem inúmeros exercícios de futurologia sobre o mundo que nascerá após o coronavírus, percebo que estes especialistas mais falam sobre nosso tempo do que sobre o futuro.
Pensei nisto quando li que a Disney anunciou que gastará 64 bilhões de dólares em novas plataformas de streaming.
Este número é inacreditável!
É como se o valor total de uma das mais valiosas companhias brasileiras, como a Petrobrás ou a Vale fosse gasto neste novo projeto de entretenimento.
A Warner Bros. acaba de anunciar também que seus novos filmes vão aparecer na HBOMax no mesmo dia em que chegarem aos cinemas.
Repito: não escrevi errado, ela vai despejar 64 bilhões de dólares até 2024, ou 16 bilhões por ano, tendo como meta o lançamento de dois novos programas ou filmes a cada semana.

Isto acima é o que chamamos de “Mercado”.
O mercado é a forma de descobrir o que as pessoas querem. Os mercados são processos de descoberta pelos quais aprendemos coisas que de outra forma não saberíamos e que não poderíamos conhecer.
Nenhuma especialista, por melhor que seja, pode prever o que será este futuro. Isto por que o planejar está limitado pelo conhecimento que temos hoje, e o futuro depende do conhecimento de amanhã.
Assim, o propósito do mercado atrelado a liberdade é exatamente o de descobrir, no futuro, tudo aquilo que ainda não sabemos no presente.
Algumas coisas até são previsíveis, como imaginar que o mundo depois da pandemia será do lazer de menor aglomeração ou até que o valor para lançar um filme em streaming é mais barato porque não há custos de promoção.
Enfim, um especialista até pode prever que eu daqui em diante vou assistir mais filmes em minha residência.
O que ele nunca vai saber é se eu gostei deste filme.
Isto quem vai descobrir é o mercado, que quando longe da interferência estatal, é um leilão gigantesco, em que através do lucro, da perda e da liberdade de compradores e vendedores encontrarem um preço aceitável para todos.
Bem vindo a este mundo totalmente novo, desbravado pelo mercado.

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