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“Inovadores e gênios criativos não podem ser criados em escolas.  Eles são exatamente as pessoas que irão desafiar o que a escola os ensinou.”

Ludwig von Mises

Estou em Shangai e a visão do porto é assombrosa. Não apenas por ser o porto mais ativo do mundo em toneladas transportadas, mas é a porta de saída mais importante para o comércio exterior chinês. E sempre que se fala em China, vem à tona a referência ao papel do Estado.

O segredo é que a China evoluiu muito longe do planejamento central ao estilo soviético. O “setor privado chinês” responde por 60% do PIB, 70% da inovação tecnológica e 80% dos empregos. A China não é e nunca será um modelo para o Brasil.  Ela é e sempre será um dos maiores parceiros comerciais do Brasil.  Basta lembrar que aqui a expressão mais comum é 996: trabalhar das 9 da manhã até as 9 da noite e 6 dias por semana.  Ou seja, 72 horas por semana. Isto nunca acontecerá no Brasil.

Veja o porto de Shanghai:

O que a China faz, e bem, é aproveitar as inovações realizadas mundo afora. Exemplo é a conteinerização, que tornou a carga e descarga de navios cerca de 20 vezes mais rápidas e, portanto, baixou espetacularmente o custo do comércio, ajudando a iniciar a explosão das exportações asiáticas.  Hoje, a esquadra mercante do mundo — de mais de 550 milhões de toneladas brutas registradas — é duas vezes o tamanho que tinha em 1970 e 10 vezes o tamanho de 1920.

Tudo começou com o espírito criativo de um indivíduo, Malcom McLean. Como motorista de caminhão em 1937, ele percebeu o enorme desperdício de tempo e dinheiro no descarregamento de fardos de algodão. Depois de tentar carregar o caminhão com o chassis, em 1952 ele desenvolveu um projeto para apenas os containers, e posteriormente uma maneira de empilhar os contêineres uns sobre os outros. Como as vantagens deste sistema se tornaram claras, em 1966 McLean lançou seu primeiro serviço transatlântico, acabando por construir uma frota de 4.400 navios porta-contêineres. Quando morreu, em 2001, a Forbes chamou McLean de “um dos poucos homens que mudaram o mundo”.

Se em 1956, o carregamento manual de carga em um navio em um porto dos EUA custava US $ 5,86 por tonelada (US $ 55,58 em dinheiro de hoje), em 2006, os contêineres reduziram esse preço para apenas 16 centavos por tonelada (US $ 0,21 em dinheiro de hoje). É  gente como McLean que possibilita que os consumidores agora tenham acesso a mercadorias de todo o mundo a um preço menor do que se pensava ser possível. Esta fantástica redução nos custos de transporte ajudou a elevar os padrões de vida de centenas de milhões de pessoas nos países em desenvolvimento voltados para a exportação.

É isto: Quem muda o mundo não é o Estado, mas são empreendedores que ousam desafiar o status quo.

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