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Frederic Bastiat

“Aquilo que se vê e aquilo que não se vê”

                   Frédéric Bastiat

Bastiat foi um dos mais brilhantes contadores de histórias econômicas. De forma didática ele explicava que uma lei ou ação gera uma causa que se vê e outras que não são visíveis.   O mau economista se detém apenas no que se vê, mas o bom avalia o que se vê tanto quanto aqueles que se devem prever.

Veja, por exemplo, estas medidas que estão tramitando no Congresso em tempos de pandemia: Confisco do lucro de grandes empresas, Suspensão da inclusão do nome no Serasa, Congelamento de juros do cartão ou Suspensão do pagamento de aluguéis.

Pode até parecer que em um primeiro momento o efeito é bom, mas estas medidas no longo prazo podem destruir os fundamentos de uma economia saudável.

Agora, veja este relatório da ONU sobre o impacto da pandemia sobre as crianças:

“Centenas de milhares de mortes infantis adicionais podem ocorrer…

..essa é provavelmente uma estimativa baixa, porque conta apenas o impacto direto de uma recessão mundial, não são as paralisações por impacto no acesso aos cuidados de saúde, vacinas, pré-natal, alimentação e nutrição ou cuidados de saúde mental.”

O relatório ainda diz que:

“As crianças não são o rosto dessa pandemia. Mas eles correm o risco de estar entre suas maiores vítimas. Todas as crianças… estão sendo afetadas, principalmente pelos impactos socioeconômicos e, em alguns casos, por medidas de mitigação que podem inadvertidamente fazer mais mal do que bem. É uma crise universal e, para algumas crianças, o impacto será ao longo da vida.”

Por isto, é falsa esta afirmação da escolha entre vidas e dinheiro. O que temos é uma troca de vidas perdidas devido ao coronavírus e vidas que serão perdidas pelas políticas adotadas atualmente. O que se vê agora é que muitas vidas estão sendo salvas, o que torna estas medidas mais palatáveis, enquanto as vidas perdidas devido ao custo das políticas atuais virão lá na frente, onde muitos ainda não estão enxergando e é improvável que alguém seja responsabilizado por isto.

Portanto, quando alguém insistir com você que a questão é vidas versus dinheiro, isto não é uma prova de que as políticas atuais são corretas, mas apenas um truque retórico para fugir de um debate democrático de que questões essenciais não estão sendo levados em conta.

Não custa relembrar Bastiat, pois “frequentemente, quanto mais doce for o primeiro fruto de uma lei, tanto mais amargos serão os outros.”

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