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Palavras

“Das palavras, as mais simples. Das mais simples, as mais curtas.”
Winston Churchill

O mundo sem palavras seria o caos, pois as palavras são recipientes para ideias e moldam a maneira como pensamos.
Quem não entende a importância das palavras, acaba sendo enganado por aqueles que são mestres no uso de eufemismos e usam palavras suaves para vender uma inverdade.
Portanto, a linguagem, quando usada de forma maliciosa pode corromper o pensamento. E com o controle da linguagem, você controla o argumento.
É o caso do artigo “Privilégios”, de Marcos Lisboa, presidente do Insper e publicado (9/1/21) na Folha de SP.
O descalabro agora é que aumentar impostos é “reduzir benefícios tributários”.

Sim, o artigo tenta mascarar um aumento de impostos sobre a agricultura paulista como uma retirada de privilégios do campo.
Nada mais falso.
Em primeiro lugar, o agro de SP não possui nenhum privilégio em relação aos seus concorrentes internacionais.
A aplicação de taxas reduzidas na tributação do campo é uma regra aplicada universalmente, mesmo em países de renda elevada. Já no Brasil, ao contrário, temos uma das agriculturas mais tributadas em todo o mundo.
Mais ainda, não temos o “privilégio” de sermos subsidiados como são os produtores destes países ricos. Como exemplo, a agricultura é o maior item do orçamento central da União Europeia, representando mais de 40% das suas despesas e se tornando um dos maiores programas de subsídios do mundo.
Aqui, quando se tributa até um insumo para o plantio, você está pagando impostos sobre a intenção de produzir!
Por fim, para o articulista a reforma que o Brasil tanto precisa não virá da redução da máquina pública, esta sim um ninho de privilégios incontáveis, mas do aumento de impostos travestidos no linguajar escorregadio da retirada de benefícios.
É preciso denunciar este tipo de ativismo.
Um país perde o rumo quando as palavras da sua língua perdem o sentido. As ditaduras comunistas eram “repúblicas populares”…
Aumento de impostos é aumento de impostos.
E pior, neste caso, não é sobre os produtores rurais, é imposto sobre a comida.
Isto, é obvio, não afeta os “privilegiados”, mas principalmente os mais pobres.

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