“Ande cada um segundo o Senhor lhe tem distribuído, cada um conforme Deus o tem chamado…”
I Co 7:17
Uma das grandes heranças da Reforma Protestante é a doutrina da vocação.
A vocação não é uma questão do que nós fazemos, mas sim do que Deus faz em nós e por nosso intermédio.
É como se você tivesse varias portas, mas Deus mostra apenas uma aberta.
Lembrei-me disto quando visitei a região do Congo e de Ruanda, principalmente Kigali.
Ali você ainda descobre os resultados da barbárie humana, principalmente praticada pelos Interahamwe, um grupo rebelde que ataca e saqueia inúmeras vilas, pratica o estupro em massa e depois foge para as selvas do Congo.
É uma imensa contradição em paisagens encantadoras que você fotografa.
Foi neste ambiente que Denis Mukwege, o terceiro dos nove filhos de um gentil pastor pentecostal, viajava com seu pai em uma visita aos doentes da região.
Um dia ele perguntou:
“Pai, você ora pelos doentes, mas por que não dar-lhes remédio?
Seu pai respondeu:
“Eu não sou médico”.
Sua vocação nasceu naquele dia e hoje ele trabalha no Hospital Panzi, uma organização administrada pelas Igrejas Pentecostais na África Central.
Conhecido por Dr Milagre, dedicou o seu chamado a cuidar de vítimas de estupro no Congo e é o único ginecologista em uma província de 65.000 Km2.
Ele é um curador decididamente otimista, já tratou de mais de 30 mil vítimas de estupro e é um homem que passa o dia enfrentando o pior do que os humanos fazem. Sua mensagem é simples: “se os cristãos não viverem as implicações práticas de sua fé entre suas comunidades e vizinhos, eles não poderão cumprir a missão que nos foi confiada por Cristo.”
É através da fé e da sua vocação que você poderá impactar o mundo.
O Dr. Mukwege descobriu a sua vocação e está fazendo diferença.
Ele acaba de ser agraciado com o Premio Nobel da Paz.