O Ocidente está matando o casamento, e sua morte pode matar o Ocidente.
É preciso resgatar e recontar novamente a importância do casamento entre o homem e a mulher.
A melhor maneira de restaurar a cultura do casamento é restaurar seu lugar de destaque e torná-lo novamente desejável.
Mais do que isso, é demonstrar como o casamento é uma ferramenta poderosa para a prosperidade.
Eu estou em Maryland, e aqui a economista Melissa S. Kearney, da Universidade de Maryland, defende que uma das causas mais importantes da desigualdade em nossa sociedade é o casamento.
Em seu livro, numa tradução livre, “O Privilégio de dois pais: como os americanos pararam de se casar e começaram a ficar para trás”, a pesquisadora mostra que casais de alta renda se casam e casais de baixa renda não.
(The Two-Parent Privilege: How Americans Stopped Getting Married and Started Falling Behind).
O livro tem uma mensagem clara: as famílias biparentais são benéficas para as crianças.
A divisão de classes no casamento e na estrutura familiar exacerbou a desigualdade e as diferenças de classe.
Locais com mais famílias biparentais apresentam taxas mais altas de mobilidade ascendente.
A verdade é que atualmente inúmeras forças contemporâneas atuam para desvalorizar o casamento.
Mas esse livro mostra que não falar sobre esses fatos é contraproducente.
O casamento não é endossar uma ligação sexual entre adultos.
É criar as condições nas quais os filhos possam vir ao mundo em famílias biparentais de forma protegidas e com chances de impulsionar o bem-estar da sociedade brasileira.
Esse livro tem uma grande importância para o Brasil.
Apenas relembre que o tempo médio de duração de um casamento no Brasil diminuiu 18,7% em uma década.
Enquanto em 2010 as relações conjugais costumavam durar 16 anos, em 2020 a média caiu para 13 anos, de acordo com um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que analisou as estatísticas do Registro Civil (Divórcios 2020).
Quiçá possamos realmente retornar para uma sociedade que valorize mais a família natural.
Isso significa mais prosperidade e menos desigualdade.