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Desafios na educação brasileira: entre ideologias e soluções

Ontem tivemos o início da Conferência Nacional de Educação (CONAE) de 2024, cujo documento de referência será debatido para a elaboração do Plano Nacional de Educação (PNE) 2024-2034. O PNE é um instrumento de fundamental importância para a educação brasileira, pois dele emanarão as linhas mestras da nossa política educacional para a próxima década. Acredito que é hora de deixarmos de dar a outra face. Estamos na hora de virarmos as mesas dos cambistas de nossas crianças.

O documento que será discutido é uma desavergonhada cartilha ideológica de alguém que ainda não desceu do palanque. Ele não promove o debate de ideias, mas é um mero palco para um progressismo cruel. Os problemas da educação brasileira são os péssimos resultados do PISA. Cerca de 70% dos alunos brasileiros entre 15 e 16 anos não têm sequer o nível básico de proficiência em Matemática, e a maioria dos concluintes (ou seja, que estão no último ano) do ensino médio no Brasil não atinge o nível básico de conhecimentos em língua portuguesa e matemática. No entanto, a Conferência discute ideologia de gênero, machismo, racismo, feminismo, e por aí vai.

A educação brasileira não sofre tanto com a falta de boas ideias quanto sofre com a superabundância deste ativismo que tenta institucionalizar nas nossas escolas a chamada “ideologia de gênero”.

Além disso, para se ter uma ideia da catástrofe, na página 58, o documento diz o seguinte: “Na mesma linha, faz-se urgente a contraposição efetiva do Estado, nas suas diversas esferas federativas, às políticas e propostas ultraconservadoras, garantindo a desmilitarização das escolas, o freio ao avanço de processos e tentativas de descriminalização da educação domiciliar (homeschooling); às intervenções do movimento Escola Sem Partido e dos diversos grupos que desejam promover o agronegócio por meio da educação”.

Como presidente do Conselho Consultivo da Anajure, a entidade deixou claro sua preocupação com o rumo desta Conferência (documento abaixo), no qual destaco: “Os principais tratados, pactos e declarações de direitos humanos internacionais estabelecem que é tarefa da família a formação moral das crianças e adolescentes. Trata-se, portanto, de um direito humano fundamental assentado no princípio da dignidade da pessoa humana. Assim, a mera tentativa de o Estado imiscuir-se em assuntos da órbita privada e familiar dos indivíduos já se configura em grave violação de direitos.”

Nossos problemas políticos têm raízes educacionais profundas. Até que as questões de doutrinação sejam abordadas, suspeito que é improvável que as coisas melhorem. Para tanto, temos que ser gladiadores na arena das ideias e propostas para o setor educacional. Temos hoje uma luta pelas nossas salas de aula. E um destes embates decisivos começa amanhã.

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