Vim aos EUA para a formatura de minha filha e lembrei-me do teólogo R.C. Sproul.
Assisti a uma magistral palestra de Sproul, intitulada “The Law and the Profits”.
Poucos povos tiveram uma compreensão tão precisa da palavra “lucro” quanto os anglo-saxões. Profit vem de proficiência, competência, habilidade…
Já no Brasil, lucro vem de lograr, enganar.
Lucro está associado à ideia de privilégio, favoritismo e discriminação — e não ao mais inteligente, trabalhador e inventivo.
O resultado é que, no Brasil, aqueles que buscam lucros são retratados estereotipadamente como imorais e prejudiciais à sociedade.
Mas são eles que contribuem para a prosperidade humana.
O lucro se relaciona com a cidadania. Ele foi projetado para recompensar a criação de valor. Para lucrar, um empreendedor deve transformar seus talentos e ideias no uso mais produtivo possível para aqueles ao seu redor.
Lucro e justiça são intimamente ligados.
Criar valor é um fato moralmente relevante, e justiça é o reconhecimento da responsabilidade daquele que lucra.
Lucrar em mercados abertos não significa explorar.
Aqui, nos EUA, é muito comum encontrar nas vitrines uma placa de “estamos contratando” (o que mais se vê nas lojas) e, ao lado, outra oferecendo descontos. Ou seja, estão lucrando — pois ninguém contrata se estiver no prejuízo.
Aqui, ninguém se escandaliza com os lucros da Apple ou do Facebook.
Porque lucro ou prejuízo são expressões quantitativas do tamanho da contribuição de uma empresa para o bem-estar de seus semelhantes.
Todo lucro é, de certa maneira, excepcional: fruto de um uso dos recursos que o restante do mercado não foi capaz de prever.
Resumindo, lucros são importantes porque mostram que foi criado um novo valor.
De maneira correta, o lucro não é imoral — é uma medida de valor moralmente positivo que foi acrescentado à nação.
É um valor acrescentado ao PIB do país.
É como o agricultor que, ao plantar algo, “cria” um produto que não existia antes de plantá-lo.
Viva o lucro!