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A Tragédia dos Comuns

“Não furtarás.”
Ex 20:15


Um dos erros clássicos da política brasileira é a defesa apenas da iniciativa privada. Iniciativa privada não é a mesma coisa que propriedade privada. A nossa negligência na defesa da propriedade privada é uma das grandes catástrofes do nosso país, pois sem propriedade privada não há iniciativa privada.

Civilização e propriedade privada são inseparáveis. Sim, não foi a sociedade que criou a propriedade, mas a propriedade que criou a sociedade. A propriedade serve de barreira às ambições invasivas de outros ou do Estado, e mais importante, se um indivíduo tem direito à sua vida, segue logicamente que ele tem o mesmo direito de sustentar sua vida, guardando os frutos do seu trabalho. Este resultado do trabalho se chama propriedade privada, pois sem ela ninguém possui um lugar para ficar para chamar de seu, ninguém terá uma esfera protegida para tomar decisões sem a interferência da vontade de outros.

Nas planícies da África me lembrei do clássico trabalho Garrett Hardin, “A tragédia dos comuns” , publicado na Science. Olhando para um grupo de pastores, fica claro que o grupo representa a situação na qual muitos indivíduos têm o direito de usar um recurso que é comum a todos, sem que ninguém em particular tenha a responsabilidade de cuidar dele.

E já que todos podem usar esta área, cada pastor é incentivado a colocar cada vez mais cabras neste local, levando a degradação do ambiente. Assim, a área logo se torna inútil para qualquer animal pastar. Se ninguém tem a responsabilidade de cuidar do pasto, essa tragédia provavelmente ocorrerá. Como ele não se preocupa com os efeitos posteriores de seu modo de exploração, a erosão do solo ou outros danos ao uso futuro são custos que ele não avalia.

Resumindo, a responsabilidade de todos se torna a responsabilidade de ninguém; é isso o que Hardin chama de “tragédia dos comuns”. Vivemos diariamente esta tragédia no Brasil, onde invasões são erroneamente chamadas de “ocupações”.

Esquecemos que não roubar é a gênese da democracia! Todo vez que eu invado, destruo ou ocupo uma propriedade privada, eu estou desrespeitando a vida. Não estou apenas vivendo a tragédia dos comuns, mas estou quebrando o 8º mandamento.

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