Você já deve ter lido sobre as novas tarifas protecionistas que estão sendo implementadas pelos EUA.
Mas saiba que os EUA são extremamente protecionistas quando se trata de importações de açúcar, que são significativamente restritas.
Por quê?
Para proteger os produtores de açúcar ineficientes dos EUA, que cultivam beterraba.
Ao mesmo tempo, você já deve ter visto o novo Secretário de Saúde de Trump, Robert F. Kennedy Jr., comandar a campanha “Torne a América Saudável Novamente”.
Entre suas várias propostas para melhorar a saúde do povo americano, Kennedy criticou especialmente o uso de xarope de milho rico em frutose (HFCS) em refrigerantes e alimentos processados.
Pesquisas científicas sugerem que o alto consumo de HFCS leva à obesidade.
De fato, o consumo de xarope de milho rico em frutose nos EUA é muito maior do que em outras partes do mundo e, portanto, os proponentes de uma proibição apontam que ele desempenha um papel descomunal nas altas taxas de obesidade da América.
Em contraste, por exemplo, muitos refrigerantes na Europa, no Brasil e em vários outros lugares do mundo ainda são adoçados com açúcar.
Isso porque o HFCS se tornou significativamente mais barato que o açúcar devido ao pesado subsídio que essa cultura (milho) recebe nos EUA.
Ao longo dos anos, a combinação de tarifas protecionistas sobre o açúcar e subsídios ao milho impediu a entrada do açúcar de cana do Brasil.
Isso fez com que o uso de HFCS seja cerca de um terço do custo do açúcar.
O resultado é que essas intervenções governamentais levaram a consequências graves para a saúde do povo americano, com perigosos índices de obesidade.
Em vez de se envolver em outra intervenção de mercado que leva a consequências não intencionais, a melhor solução é eliminar as tarifas sobre o açúcar e os subsídios ao milho.
Acabar com os subsídios à produção de milho reduzirá a quantidade produzida, resultando em preços mais altos.
Acabar com as tarifas sobre o açúcar reduzirá os preços para os usuários de açúcar, como produtores de alimentos processados e refrigerantes.
Finalmente, essa discussão não é simplesmente um ponto de vista de defensores do livre mercado.
Na verdade, a maioria dos economistas concorda que as tarifas não trazem prosperidade econômica, como comprovado por décadas de pesquisa.
O resultado é que os americanos pagam o dobro do preço mundial do açúcar, como mostrado no gráfico abaixo, tornando o país mais pobre e pior graças às suas políticas comerciais protecionistas.
Esse seria um bom ponto de partida para a diplomacia brasileira com os EUA.
