“dar-te-ei os tesouros escondidos e as riquezas encobertas, para que saibas que eu sou o SENHOR, o Deus de Israel, que te chama pelo teu nome.”
Isaías 45:3
Em 2016 convidei os meus dois filhos mais velhos para uma oportunidade única patrocinada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie: a vinda ao Brasil do Premio Nobel de Física de 2010, Sir Andrei Geim. A minha ideia original era, a par de poder conversar com um cientista notável, ensinar à eles um pouco da perseverança.
Justifico.
O russo Andrei Geim recebeu em 2000 o Premio IgNobel, um evento de certa forma irônico que premia a descoberta científica mais estranha do ano, ou que representa algo “não nobre”, ou até desprezível. Mas em uma virada de mesa sensacional, 10 anos depois atingiu o topo do conhecimento com a láurea da Academia Sueca.
A experiência de vida deste físico é um forte exemplo de que perseguir, sem cessar, uma meta, este é o segredo do sucesso. Não se pode negar, que para nós a persistência é uma evidência de fé.
Mas muito mais do que isto, tive uma exuberante surpresa com a sua palestra que assistimos depois na Universidade Presbiteriana Mackenzie. A apresentação contou um pouco da história das pesquisas feitas pelo visitante ilustre, até alcançar a descoberta de um material fantástico chamado Grafeno, presente em nosso lápis (grafite) e praticamente isolado com uma simples fita adesiva. Esta descoberta trouxe à luz um material 200-300 vezes mais forte do que o aço, invisível a olho nu, condutor de eletricidade um milhão de vezes melhor do que cobre, é impermeável, flexível e expandível; e ainda é o material mais leve já descoberto na natureza. Tudo isto com apenas um átomo de espessura.
Mas nesta toada alegre em que a apresentação corria, repentinamente o palestrante para, e dispara:
“Eu não fiz nada, apenas descobri um produto que já existia há milhares de anos na natureza.”
E terminou com o seu ultimo slide projetando a seguinte assertiva: “Quão pouco ainda sabemos sobre o mundo que nos rodeia.”
Neste momento lembrei-me de Abraham Kuyper: “Não há nem um centímetro quadrado em toda a área da existência humana sobre o qual Cristo, o soberano de tudo, não proclame: ‘Isso é meu’”. Como esquecemos com facilidade desta declaração, como olvidamos que temos a segurança de que estamos nas mãos de um Deus maravilhosamente provedor. A verdade é que somos eternos descontentes, parece que nada nos agrada. Tem-se a impressão de que a insatisfação tem ninho permanente em nosso coração. Sempre estamos reclamando do pouco que nos falta e raramente agradecendo pelo muito que temos.
E o que Sir Andrei Geim mostrava naquele momento o que sempre tivemos e nunca agradecemos?
Simplesmente, em teoria, um processador (ou até mesmo um circuito integrado) que poderá chegar a mais de 500 GHz. O silício, que é o que usamos hoje, trabalha abaixo de 5 GHz.
O uso do Grafeno ou de outro material bi-dimensional proporcionará equipamentos cada vez mais compactos, rápidos e eficientes, como supercapacitores que poderão ser utilizados em baterias que carregam mil vezes mais rápido do que as baterias de hoje em dia. É o Grafeno que poderá trazer visão noturna às câmaras comuns e por aí vai… um mundo revolucionário até na qualidade de vida (biomedicina ou filtração de água).
O que aprendi, junto com os meus filhos é que este mundo maravilhoso com os “seus tesouros escondidos e suas riquezas encobertas”, como agora reveladas no Grafeno nos mostra que o contentamento é uma postura cristã diante da vida. Deus nos surpreende com a sua criação para aprendermos a alegria. Viver a vida do jeito de Deus é viver contente descobrindo cada vez mais este mundo incrível em que habitamos.
Diante disso faço a pergunta: Você é rico?
Se você ainda tinha dúvidas sobre a resposta, espero que este cientista ajude a entender de que a riqueza consiste muito mais no desfrute deste mundo sem igual ao seu redor do que na simples posse de um bem. Afinal, se estamos aprendendo com um físico, não custa recorrer ao Pai da Física, Isaac Newton:
“O que sabemos é uma gota, o que ignoramos é um oceano.”
Se você quer saber mais sobre este notável universo criado pelo nosso Deus, assista ao vídeo abaixo feito pela Universidade de Harvard, mostrando a vida interior de uma “simples” célula.