Ninguém pode negar que hoje vivemos a Era da Informação.
Experimentamos o poder da informação — ao contrário do poder econômico, militar ou religioso do passado.
Veja isso:
A notícia da descoberta da América, um dos maiores eventos da História, levou cerca de seis meses para chegar ao conhecimento dos reis Fernando e Isabel.
Já a notícia do assassinato do presidente Abraham Lincoln demorou 13 dias para alcançar a Europa.
Mas em 1969, quando Neil Armstrong pisou na Lua, apenas 1,5 segundo depois, mais de 600 milhões de pessoas já sabiam do ocorrido.
Desse modo, a informação se tornou a matéria-prima básica da economia do futuro.
Cada agricultor precisará romper a barreira do isolamento para ter acesso à boa informação de mercado.
O verdadeiro agricultor moderno é, ao mesmo tempo, produtor e consumidor de dados — seja sobre o preço do dia, seja sobre previsões de safra.
Nesse sentido, falta ao Brasil o estabelecimento de um sistema nacional de informação e alerta rápido sobre o desempenho da nossa agropecuária — sobretudo após o desmonte da Conab e sua utilização para fins exclusivamente políticos.
Veja este exemplo:
A Revista Globo Rural informou no dia 15 que o “Déficit mundial de açúcar será o maior em nove anos”, explicando que o consumo superará a produção em 5,45 milhões de toneladas.

Dois dias antes, o portal NovaCana publicou uma manchete oposta: “Mercado global de açúcar terá superávit de 3,7 mi t na temporada 2025/26”.

A avaliação foi feita pela StoneX durante a 13ª Conferência Anual de Açúcar e Etanol, realizada na terça-feira, 13, em Nova York.
São números totalmente antagônicos, que expõem um território sem lei de informações desencontradas.
Precisamos entender a importância da informação correta para o homem do campo.
A entrega rápida de dados confiáveis permitia a um rei exercer muito mais controle sobre seu reino.
O aumento sutil na velocidade das comunicações mudou o equilíbrio de poder dos senhores territoriais para o governo central.
Imagine um general em campo de batalha sem acesso a informações vitais para o desenrolar da guerra.
A velocidade da informação criou uma nova demanda: mais dados — e mais confiáveis.
Mas essas informações precisam, obrigatoriamente, ser confiáveis.
Alguém está mentindo — e empurrando a conta para os produtores, dependendo de qual manchete eles acreditarem.
É preciso dar um basta nesse mercado de informações privilegiadas ou tendenciosas.
Caso contrário, a resposta mais eficiente será por meio de ações judiciais.
Afinal, já basta de perder dinheiro na comercialização por conta de dados completamente distorcidos.